domingo, 20 de novembro de 2011

Hiatus são para os fracos.

Nessa sexta feira, 18, eu estava voltando para casa quando me peguei refletindo dentro do ônibus sobre algo que vem me incomodando a algum tempo.

Desde os meus 7 anos até um tempo atrás, eu posso me lembrar de adorar e esse adorar vem de literalmente idolatrar uma banda. Vamos voltar então e tomar um doce chá de nostalgia:
Chiquititas, acreditem ou não, essa série ou novela ficou por muito tempo sendo uma paixão de minha parte. Mas, por incrível que pareça, apenas assistir a série ou comprar os CDs e saber todas as letras de cor e salteado estava bom pra mim.
Depois, passei por uma (longa) fase de Sandy & Júnior (percebam que esse post tem como objetivo, além de tudo, me humilhar.) Quem aqui nunca cantou Imortal, é porque não sabe o que é ser feliz. Comprava CDs, era fã assumida. Mas nunca fui em nenhum show deles. E sinceramente não me arrependo.
Aí a gente cresce, e infelizmente vira adolescente. Eu conheço pessoas que dizem que a adolescência foi a melhor época da vida deles. Bem, desculpem, mas a não ser que você tenha sido parte do seriado 90218, acho difícil isso ser verdade.
Larguei Sandy & Júnior e meu negócio agora era canadense e jurava ser rock & roll. Avril Lavigne e toda a sua rebeldia me deixou de boca aberta. Eu TINHA que ser igual a ela. Comprei seu primeiro CD (duas vezes), comprava revistas, posters e qualquer outro coisa que tivesse ela estampada. Ela usava preto e eu também. E de repente, ela me aparece com uma mecha rosa e usando saia e todas as minhas expectativas se afundaram.
Eu, órfã pela terceira vez, encontrei na música brasileira um lugar onde estacionar toda a minha dedicação e veneração. A música independente brasileira. Acreditem ou não.
Tive ainda mais duas ou três banda que dediquei todo meu amor de fã, sem contar todo o dinheiro de natal e aniversário e uma parede.
Passaram mais alguns anos e eu descobri um amor por filmes antigos. Deixei pra trás o preto e me juntei ao time de meninas que gastam todo o salário com roupa. Me encantei pela moda. E descobri que não traí, o que antes eu acreditava ser quem eu era, eu apenas mudei.
Mas o que me assustou dentro do ônibus, não foi perceber o quanto eu mudei, todos mudamos, mas foi perceber que já faz pelo menos uns três anos sou órfã dessa veneração por alguém ou algum grupo. Eu não sinto necessidade nenhuma em comprar mais nada apenas porque aquela banda está na capa, ou aquele cara de The OC tem um pôster exclusivo. Passei por uma rehab de dedicação aos outros e não percebi. Ao pensar nisso sorri como uma boba dentro do ônibus.
Mas aí, pensei em algo que vem me incomodando por algum tempo. Sabe quando as pessoas querem que você se defina, e perguntam: “E qual a sua banda preferida?”. Para alguém como eu, uma fã incondicional isso me mata. Qual a minha banda preferida? Essa semana ouvi todos os dias Florence + The Machine, mas semana passada foi Regina Spektor. Não tenho pôster de ninguém no meu quarto, nem recorte de revista no meu caderno.
Talvez eu seja como todas as outras pessoas que não tem bandas preferidas. Talvez seja por isso que eu sempre coloco meu ipod no shuffle.
Me tornei órfã de bandas. Talvez seja porque sou maior de idade e não precise de alguém me dizendo como ser.
Ou pode ser porque em algum lugar eu tenha decido me dedicar a outras coisa. Dividir todo aquele amor (nada saudável).